11/09/2008

SONETO DE PONTA CABEÇA EM DEFESA DA RAÇA

soberbo senhor do próprio vício
o poeta nunca se deve curvar
a ninguém que ofenda o seu ofício



mesmo que na escuridão lhe falte o ar
e caia do mais alto precipício
desmaiado no balcão de qualquer bar



por ser poeta não é um ser qualquer
e não dá por perdido nenhum round
antena da raça e mais do que vier
irmão caçula do velho ezra pound



só curva a cabeça aos pés de uma mulher
aí sim - não importa quando e onde
o resto que se dane - rei ou conde
ao diabo se pena deus não tiver



Júlio Saraiva


de: http://www.luso-poemas.net/, publicado aqui com a sua autorização.

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