Guardou esta manhã
para chorar longamente,
o que não fazia há muito.
Não porque setembro,
não por um fato específico,
um isto que fosse. Ou,
de tão antigo, seria um motivo que
não recordava e agora o hálito de seu abraço
frio e sem rosto?
Guardou, para tal manhã,
olhos e boca. Mas o rápido,
repentino sumo de uma luz
pelas frestas veio dar nos livros,
o telefone, crianças lá fora, jornais
e talvez, e ainda.
Manhã tão breve.
Quem sabe, depois, outubro.
Hoje, não houve tempo.
Eucanaã Ferraz
in Rua do Mundo, Quasi Edições, Janeiro 2007
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